domingo, 26 de junho de 2011

Cigana Cor de Rosa - Cigana Bartira




Esta cigana foi confeccionada para atender à encomenda de uma cliente que desejava uma peça muito específica.

Esta cigana foi feita baseada na descrição de uma entidade mística chamada Cigana Bartira, encantada nas águas na idade de 15 anos, assim tornando-se personagem de lendas e culto. A lenda da Cigana Bartira tem lugar na região da pequena cidade de Antonina, no litoral do Paraná.

Esta lenda também é citada no tradicional Roteiro Fantástico (que é parte integrante do projeto Monumento em Movimento, parte do Festival de Inverno da UFPR) como sendo uma das lendas que formam o folclore local.

Segue aqui uma das versões da lenda da Cigana Bartira:

O Cavalo e o Velho
Era mais uma noite fria de inverno. A chuva fina caía como um manto sobre toda a cidade. Os passos apressados de pessoas que corriam para chegarem o mais rápido possível em casa podiam ser ouvidos ao longe. Eu mesmo deveria me abrigar, mas no outro dia de manhã iria embora. Precisava dar uma última olhada na baía de Antonina. Subi as escadarias da igreja e olhei para o mar. Não conseguia ver muito longe, porém sabia que toda aquela maravilha ainda estava lá. Já molhado pela chuva decidi ir embora.
Quando me virei qual não foi a minha surpresa ao ver um magnífico cavalo branco com a cabeça preta olhando fixamente para o chão de gramado em frente. Era, no entanto, uma visão triste. O cavalo parecia estar chorando... ou seria somente a chuva a escorrer pela face dele? Mesmo assim não conseguia desviar o olhar. Foi, então, com um susto que ouvi alguém ao meu lado. Era um velho, um senhor de aparência sofrida, nitidamente um descendente de índios. Ele falou:
- É o cavalo da cigana Bartira - disse ele, como se estivesse relembrando. - Ela morreu ali, na baía de Antonina. Pois, se você não sabe, aqui havia muitos acampamentos de ciganos. Eles recuperaram o corpo dela e levaram para o padre benzer. Mas o véio não quis não. Disse que ela não era da religião dele. Os ciganos decidiram enterrar a mulher na frente da igreja. E o cavalo dela, que é aquele, foi vendido para os índios da região. Mas o danado sempre achava um jeito de fugir e vir chorar pela sua dona...  

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